Ciclo Menstrual

O que a menstruação diz sua sobre sua saúde? Quantos dias dura, como é a cor e até quando é normal?

Quantos dias a menstruação dura? Quais são os sintomas esperados da TPM? Entenda o que é o ciclo menstrual e quais são os eventos esperados nesse período. 

Se você chegou até aqui, está buscando responder dúvidas sobre sua menstruação. Pode ser que ela esteja atrasada ou você não sabe se o que está sentindo é normal. Neste artigo, você entenderá o que é normal durante a menstruação e quando deve buscar ajuda médica. Vamos lá? 

  • Por que menstruamos?

A menstruação é o sangramento que decorre da descamação do endométrio. O período entre uma menstruação e outra é chamado ciclo menstrual. O ciclo menstrual dura, em média, de 21 a 35 dias, sendo que a maioria das mulheres tem ciclos de 28 dias. Isso significa que, por exemplo, a cada 28 dias é esperada uma menstruação.

Durante os dias de sangramento, é esperado que se tenha um volume de 20 a 60 ml, o que pode significar até 6 absorventes no dia. Para a maioria de nós, mulheres, o fluxo menstrual dura de 4 a 6 dias. Algumas, podem ter a menstruação chegando a 10 dias. Se esse é o seu caso, saiba que isso ainda é normal, desde que não seja acompanhado de outros sintomas. Falaremos disso mais para frente. 

  • Por que o endométrio descama?

Essa é uma pergunta importante e faz parte do autoconhecimento feminino, afinal, o ciclo menstrual varia muito a depender da fase da vida em que estamos. Se você menstruou recentemente, saiba que o seu ciclo ainda pode oscilar muito. Se você já tem entre 20 e 40 anos, seu ciclo tende a ser mais regular. 

Podemos dizer que todos os meses o corpo feminino se prepara para uma possível gravidez. Essa preparação envolve uma cascata de hormônios que chamamos de eixo hipotálamo-hipófise-gônadas. Esse eixo controla as estruturas: hipotálamo, hipófise, ovário e útero. Elas são responsáveis por:

  • Hipotálamo: controle das glândulas e secreções hormonais do corpo;
  • Hipófise: secreção de hormônios;
  • Ovário: produção das células reprodutivas femininas; 
  • Útero: é o órgão que permitirá o crescimento do bebê no corpo feminino. 

As estruturas que citamos funcionam interligadamente. Uma depende da outra. O hipotálamo inicia a cascata de hormônios responsável pelo ciclo menstrual. Ele fica localizado no cérebro e produz o primeiro hormônio que você deve conhecer: o GnRH.

Essa sigla, GnRH, significa hormônio liberador de gonadotrofinas. Nossa?! Que nome gigante não é mesmo?! Vamos entender o GnRH como o chefe de uma empresa. Ele é quem coordena o que os funcionários fazem e recebe as demandas mais importantes da empresa. 

O GnRH chegará à hipófise como um sinal para que esta outra glândula, que também fica localizada no cérebro, secrete os hormônios FSH e LH. Estes são como os gerentes da empresa. 

O FSH é o hormônio folículo estimulante, ou seja, ele estimulará os ovários a produzirem folículos para serem liberados posteriormente. O LH é o hormônio luteinizante e será responsável pela ovulação. FSH e LH trabalham juntos e são liberados conforme as fases do ciclo menstrual. 

O ovário, ao receber os gerentes FSH e LH, inicia seu trabalho e produz os hormônios estrogênio e progesterona. Destes, provavelmente você já ouviu falar, não é mesmo?! Eles são a base dos métodos anticoncepcionais, mas este será assunto para outro artigo.  

A cascata de hormônios, portanto, é esta:

  • Quais são as fases do ciclo menstrual?

‘’Tudo bem, doutora. Já entendi o que os hormônios fazem, mas ainda não sei se o que estou sentindo é normal.’’

Fique calma, agora que você já conhece os hormônios, entenderemos as fases do ciclo menstrual e o que é esperado sentir durante esse período. 

O ciclo menstrual é subdivido em ‘’ovariano’’ e ‘’endometrial’’. O ovariano acontece no ovário e envolve a maturação dos folículos. O endometrial resultará no sangramento que temos todos os meses.

No parte do ciclo ovariana, teremos a liberação de células que poderão ser fecundadas pelo espermatozoide. Essa fase começa no primeiro dia da menstruação e continua mesmo quando o sangramento para. O hormônio responsável pelo desenvolvimento destas células é o FSH e, como consequência, teremos secreção de estrogênio e progesterona pelos ovários. Com o estrogênio, teremos o estímulo para liberação do LH que permite a liberação da célula reprodutora para fora do ovário, além de estimular o aumento da progesterona.

Perceba que, até este momento, você já teve o sangramento menstrual. O primeiro dia do fluxo marca o início deste processo, mas mesmo após parar de sangrar, o corpo continua liberando os hormônios e os folículos continuam amadurecendo. É por isso que entre uma menstruação e outra, você tem ovulação. 

No dia a dia, isso se reflete no nosso comportamento. Quando estamos menstruadas, é normal termos mudanças de humor leves, desconfortos abdominais, um pouco mais de cansaço e alterações de apetite. Porém, quando isso começa a atrapalhar sua qualidade de vida, é hora de buscar orientação médica. 

Quando o estrogênio volta e atinge o pico, nosso corpo entra em festa!

Depois que a célula é liberada do ovário, permanece uma estrutura remanescente que recebe o nome de corpo lúteo e continuará, por alguns dias, secretando progesterona. Isso significa, na prática, que a ovulação já aconteceu e agora o corpo tem que garantir que tudo ficará pronto para uma possível gestação. 

Agora que você já entendeu o que ocorre no ovário, vamos entender o que acontece no endométrio, ok?! 

O endométrio é a camada que reveste o útero internamente. Ela é importante, pois, será o local de implantação para o bebê caso ocorra a fecundação. Para garantir que isso dará certo, enquanto o ovário trabalha na ovulação, o endométrio se tornará mais espesso. O hormônio responsável por esse processo é o estrogênio. 

Para você entender bem, encare o endométrio como uma cama que precisa ser arrumada. O estrogênio e a progesterona vão realizar essa arrumação e deixarão tudo pronto para caso a mulher engravide. 

  • Mas e se a mulher não engravidar?

É simples, todo o espessamento do endométrio precisa ser removido. É aí que teremos o sangramento menstrual e começaremos um novo ciclo. 

O sangramento ocorre, pois, o corpo lúteo que ficou no ovário termina sua vida funcional e para de secretar o estrogênio e a progesterona. O estímulo ao endométrio cessa e começam os fenômenos que permitem o sangramento.

Esses fenômenos envolvem reações vasomotores e contrações do músculo que envolve o útero. Isso permite que o corpo libere o tecido morto do endométrio para fora. No dia a dia, você pode sentir um incômodo na região pélvica ou leves cólicas. 

  • Vejam bem: leves cólicas, ok?! Dores que impedem sua atividade diária, afetam sua qualidade de vida e são acompanhadas de sinais como náuseas, vômitos, dores de cabeça, sensação de formigamento nas pernas ou são muito intensas, por vezes necessitando de medicação na veia, não são normais. Mesmo que você seja jovem, saiba que cólicas muito intensas são um motivo importante para ir ao ginecologista. 

Além do desconforto, toda essa alteração hormonal e, principalmente, a queda do estrogênio, podem refletir em mudanças comportamentais leves. Após a ovulação, o hormônio que mais está ativo é a progesterona. Ela é responsável por preparar a mulher para a gestação, portanto, sua alta pode provocar:

  • Estímulo das glândulas mamárias e os seios podem ficar mais doloridos quando estamos perto de outra menstruação;
  • Alterações intestinais, então você pode sentir mais dificuldade para evacuar;
  • Retenção de líquido;
  • Mudanças leves de humor, com mais irritabilidade, sonolência, alterações de apetite e ansiedade. 

Lembre-se que a menstruação acontece depois de uma ovulação que não resultou em gravidez. Dessa forma, no início da menstruação a progesterona está caindo e, logo, o estrogênio voltará. Com a liberação das células do ovário, o corpo precisa se preparar para a gravidez, e a progesterona volta ao pico. Por conta desta oscilação, você fica mais disposta no período ovulatório e mais amoadinha no período pré-menstrual. Essas alterações são o que chamamos de TPM, ou, tensão pré-menstrual. Os sintomas comuns da TPM são resultados da ação da progesterona. 

 

Sintomas que fogem dos citados, como cólicas muito intensas, alterações de humor que te deixam instável, dores acompanhadas de náuseas e vômitos, além do fluxo que dura muito mais tempo do que o citado, entre 4 e 6 dias, ou ciclos com mais de 35 dias, ou menos de 21 dias, são motivos para buscar um ginecologista. Você pode usar alguns aplicativos para monitorar seu ciclo menstrual e confirmar se está tudo na normalidade. 

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